A Casa Lar Resgate da Infância de Vale do Sol completou 10 anos de atividades no último dia 8 de março e são muitas as lutas e conquistas durante essa trajetória. Tudo iniciou no ano de 2013, quando aconteceu uma situação inusitada e uma criança precisou ser acolhida. Na época, não havia vaga na região e através de uma determinação judicial o município teve que criar uma instituição que abrigasse crianças e jovens, e desta iniciativa surgiu a “Casa Lar”.
O local começou com uma criança e em poucos meses mais crianças chegaram. Desde o início das atividades até os dias atuais a Casa Lar já teve 78 acolhimentos. Hoje tem quatro acolhidos, de seis meses a 17 anos. Conforme a coordenadora do local, Talane Gabe Melz os monitores são pais e mães ao mesmo tempo. “Trabalhar com crianças e adolescentes é uma missão muito gratificante, pois lutamos por eles em muitas ocasiões, muitas vezes eles são acolhidos com uma bagagem muito grande, por ter vivido experiências difíceis. Cada um chega com uma trajetória", explica.
Um dos momentos marcantes é quando podem realizar o sonho das meninas que estão completando seus 15 anos. Já foram realizadas mais de três festinhas, o que só foi possível pelo carinho dos colaboradores, pois é doado desde os vestidos até os docinhos e decoração. Talane comenta que são esses pequenos gestos que fazem uma grande diferença na vida das jovens. “Muitas pessoas nos cobram que os adolescentes estejam com namoradinhos, eles são como qualquer outro adolescente, o fato deles estarem na casa não quer dizer que eles não tenham liberdade, pois não foi escolha deles estar ali, e sim, uma negligência dos pais ou responsáveis. Gostaríamos que as pessoas certificassem o que acontece e não saiam falando palavras vagas por aí, pois existe um estatuto e deve ser seguido. Aqui eles têm suas obrigações, horas de estudo, lazer, saídas livres, entre demais regras e direitos a serem seguidos. A Casa Lar não é uma cadeia”, enfatiza a coordenadora.
A comunidade que tem interesse em ajudar os acolhidos pode entrar em contato com a Secretaria Municipal de Assistência social ou Equipe da Casa Lar. Talane conta que as crianças ganham roupas, calçados entre outros, porém não ganham valores para comprar roupas íntimas, por exemplo. “E como é legal quando eles recebem algo diferente também, como aconteceu a poucos dias, em que saborearam uma pizza e ficaram muito felizes, pois nunca tinham experimentado. Muitas coisas simples não estão ao acesso deles e sabemos que nem sempre podemos colaborar, mas sempre que puderem podem ter certeza que deixarão as crianças muito gratas e felizes”, relatou. Talane ainda ressalta que muitas vezes querem fazer mais pelas crianças, mas as condições gerais não permitem.
A Casa Lar também aceita doações de alimentos perecíveis como mandioca, batata doce, batatinha, frutas, pois os não perecíveis são bancados pelo município e toda doação é bem-vinda para melhorar a qualidade dos acolhidos.
Em ações específicas, o local realiza a distribuição gratuita de mudas de árvores nativas com arrecadação voluntária para Casa Lar. As árvores são produzidas através do técnico agrícola da Prefeitura com a ajuda dos acolhidos, que estão se programando para a terceira edição. A equipe da Casa Lar também pede à comunidade que realize a doação de caixinhas de leite, que são usadas para plantar as sementes. Estas doações podem ser deixadas na Assistência Social ou na Casa Lar.