Na manhã desta segunda-feira (13), o Prefeito Maiquel Silva decretou situação de emergência em Vale do Sol em decorrência da estiagem. O impacto da falta de chuva trouxe efeitos na falta de água para o desenvolvimento das culturas, gerando grandes impactos negativos e perdas econômicas no setor agropecuário. As lavouras que se encontram em situação de baixa umidade com o solo apresentando menos que 35% de disponibilidade de água às plantas. A falta de precipitação pluviométrica aliada às altas temperaturas desde dezembro de 2022 potencializou o aumento de perdas de produtividade das culturas do milho, tabaco, feijão, soja e hortaliças em geral.
A produção de milho tem perdas estimadas em 10%, os hortifrutigranjeiros irrigados já tiveram perda de 20%, hortifrutigranjeiros sem irrigação tiveram perda de 40%, tabaco teve 1,59% e feijão 20%. O arroz, que tem aproximadamente 740 hectares plantados, se encontra em estágio de desenvolvimento e início de enchimento de grãos. Neste momento, tem perdas estimadas em 6,66%, mas se pode constatar que as lavouras estão, na grande maioria, sem a correta quantidade de água. Nos próximos dias pôde-se aumentar drasticamente as perdas nas plantações de arroz. A soja está com seu estande reduzido devido ao déficit hídrico e isso trará reflexo na produção futura de grãos. Já a produção de leite do município teve uma queda, até o momento, de 10% no período de janeiro e fevereiro de 2023. Esta queda deverá continuar e aumentar nos próximos meses, caso não voltar a chover para favorecer o desenvolvimento das culturas.
No Município, as perdas no setor agropecuário representam mais de R$ 10 milhões, conforme o levantamento realizado pela Emater. Segundo o Prefeito, o Município já investiu nos últimos quatro meses mais de R$ 1 milhão no combate a estiagem, especialmente na manutenção e combustível de caminhões para transporte de água e serviços de máquinas aos produtores, tendo como prioridade o serviço de aguada.
Conforme o Secretário Municipal de Agricultura e Obras, Alessandro Kappel, o município conta com 10 poços artesianos e em torno de 23 fontes de captação de água, que abastecem a rede hídrica do município. Atualmente, o abastecimento ocorre somente através de poços e vertentes, que em muitos locais acabaram diminuindo a capacidade por conta da forte onda de calor. “Alertamos sobre a situação crítica que a região se encontra e orientamos a comunidade a economizar água para que não seja adotado o racionamento. Também orientamos as famílias que ainda não possuem caixa d’água, que adquiram reservatórios para minimizar a falta de água”, comenta Kappel.
Além dos serviços e melhorias que vem sendo realizados, o Prefeito destaca que está sendo projetada a perfuração de mais dois poços artesianos neste primeiro semestre. Também já foram iniciadas as tratativas para a instalação de uma mini barragem em arroio do município.
O decreto de situação de emergência e os laudos técnicos estão sendo encaminhados ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul e para a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, que farão a homologação da emergência. O decreto tem como base os laudos técnicos apresentados pela Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Turismo, Serviço Municipal de Água e Esgoto (SEMAE), Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar e Secretaria Municipal de Assistência Social.
